Responder à pergunta do título desse post pode ser desafiador. Existem pessoas que, assim como eu, acham a Química ensinada na escola incrível. Mas, no lado oposto, têm aquelas que não gostam nenhum pouco. Então, vamos tentar entender isso?
O conteúdo da disciplina Química do Ensino Fundamental e do Ensino Médio é construído a partir das diretrizes montadas pelo Ministério da Educação (MEC) através da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
“A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.”
De acordo com a BNCC, a Química está incluída na área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
No Ensino Fundamental, essa área “propõe aos estudantes investigar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural e tecnológico, explorar e compreender alguns de seus conceitos fundamentais e suas estruturas explicativas, além de valorizar e promover os cuidados pessoais e com o outro, o compromisso com a sustentabilidade e o exercício da cidadania”.
Já no Ensino Médio, ela “oportuniza o aprofundamento e a ampliação dos conhecimentos explorados na etapa anterior. Trata a investigação como forma de engajamento dos estudantes na aprendizagem de processos, práticas e procedimentos científicos e tecnológicos, e promove o domínio de linguagens específicas, o que permite aos estudantes analisar fenômenos e processos, utilizando modelos e fazendo previsões. Dessa maneira, possibilita aos estudantes ampliar sua compreensão sobre a vida, o nosso planeta e o universo, bem como sua capacidade de refletir, argumentar, propor soluções e enfrentar desafios pessoais e coletivos, locais e globais.”
No papel, essas palavras soam bonitas e até inspiradoras. Elas refletem o mundo ideal, no qual o ensino das Ciências da Natureza na escola é feito de forma “perfeita”. Mas, na realidade dos estudantes, elas se traduzem de forma diferente. A sala de aula é tomada por um amontoado de conteúdos dispersos e desconectados que precisam ser aprendidos e/ou decorados para passar em provas e se preparar para os vestibulares.
E, aqui, preciso me posicionar em favor de professores e escolas, que têm que fazer caber todos esses conteúdos em uma quantidade de tempo limitada e, na maioria dos casos, sem os recursos necessários para poderem se aprofundar como gostariam. Eles fazem o melhor que podem com os recursos que possuem.
Com isso, muita informação fica de fora das aulas e a conexão dos conteúdos com o nosso dia a dia acaba não sendo feita de uma forma clara, objetiva e simples.
No caso específico da Química, ela sofre ainda mais com esses problemas. Por ser uma ciência voltada para o estudo da composição da matéria, muitas vezes em níveis microscópios, fazer tais conexões com a realidade pode ser ainda mais difícil. E, por isso, a imagem da Química para os estudantes, e para a sociedade em geral, não é das melhores.
Eu gostei muito de uma colocação feita pela autora Hayley Birch no livro “50 Ideias de Química que Você Precisa Conhecer” e que traduz muito bem o vivenciamos nas aulas de Química na escola. Ela diz o seguinte:

Depois dessas reflexões, se voltarmos para a pergunta título desse post, podemos indicar que a resposta SIM é a mais provável. O que é compreensível!
Resumimos a Química a uma disciplina em que precisamos focar em fórmulas, receitas, regras de três e outras “formalidades”. Não aproveitamos o grande potencial que a ciência Química tem para conectar seus conhecimentos com o nosso dia a dia, tornando-a mais agradável e divertida, como ela pode ser.
A Química é uma ciência fundamental para a compreensão do mundo que nos cerca e está na hora de mudar a forma como a enxergamos, e a forma como a ensinamos também.
Esse é o objetivo desse blog. Ensinar Química de forma simples, leve e divertida, sem deixar as “formalidades” de lado, mas trazendo-as em uma linguagem simplificada e mostrando como elas nos afeta diariamente.
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Até a próxima!